Arte Antidestino: Artur Bual: 90 anos
No ano em que se assinalam 90 anos sobre o nascimento de Artur Bual, a Galeria Municipal do Montijo presta homenagem a este conceituado artista português com a exposição “Arte Antidestino: Artur Bual: 90 anos”.
Inaugurada no dia 2 de outubro pelo presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, e por Maria João Bual, filha de Artur Bual, a mostra pretende dar um panorama da arte de Bual, um dos maiores vultos da pintura portuguesa do século XX.
“O homem que aqui nos junta era uma personalidade invulgar, que se afirmou como um artista de exceção num período particularmente intenso da nossa vida coletiva. Fazer esta exposição em torno da sua obra é uma questão de justiça, numa importante homenagem que o Montijo faz ao artista e ao homem que viveu entre os montijenses”, afirmou Nuno Canta.
A filha de Artur Bual agradeceu à Câmara Municipal do Montijo a homenagem prestada a seu pai e referiu que a “cultura é um bem precioso. É pela cultura que se vê o passado de um país”.
Artur Bual, um dos grandes artistas plásticos portugueses da contemporaneidade, teve uma carreira muito marcada pelo expressionismo e foi pioneiro na pintura gestual abstrata. O Montijo entrou na sua vida na década de 50 do século passado, quando foi contratado para trabalhar pela Junta de Colonização Interna, exercendo funções de desenhador e envolvendo-se em diversos projetos técnicos e artísticos no Colonato de Pegões.
As suas pinturas nas Igrejas das Faias e de Pegões são bons exemplos do legado artístico e cultural de valor incalculável que Artur Bual deixou ao Montijo, numa ligação estreita entre o artista e o nosso território.
A exposição “Arte Antidestino: Artur Bual: 90 anos” está aberta ao público até 12 de novembro, na Galeria Municipal do Montijo, no seguinte horário: 2.ª feira a sábado, 9h00-12h30 e 14h00-17h30.
Sobre o artista:
Artur Mendes de Sousa Bual (Lisboa, 1926 – Amadora, 1999) foi um artista plástico português que influenciou de forma determinante a arte em Portugal, na segunda metade do século XX.
Cedo se revelou um dos artistas mais dotados da sua geração. Descobriu a sua vocação artística ainda muito jovem e, aos 14 anos, ingressou na Escola António Arroio onde permaneceu até 1946. Participou no I Salão de Arte Abstrata (Lisboa, Galeria de Março, 1954), organizado pelo historiador e crítico de arte José Augusto França, ao lado de Lanhas, Vespeira, Joaquim Rodrigo, René Bértholo, entre outros.
Foi distinguido pelos Críticos de Arte de França na I Bienal de Paris, em 1959. Venceu o Prémio Nacional de Pintura Amadeo Souza Cardoso, também em 1959. Ao longo da sua carreira, realizou diversas exposições em Portugal e no estrangeiro e está representado em diversas coleções. Executou frescos em diversas capelas no Ribatejo e Alentejo, entre as quais destacamos as pinturas realizadas nas Igrejas das Faias e de Pegões, no concelho do Montijo.