Canha
Igreja de Nossa Senhora da Oliveira
Rua de Santo António – Canha
Construção do século XIII, com posteriores remodelações. O edifício existente hoje em dia poucos vestígios possui da estrutura original. A igreja que atualmente se observa é uma edificação do século XVII. A fachada despojada de grandes ornamentos possui um portal simples encimado pelo janelão do coro, acima do qual se podem observar, no tímpano do frontão, dois símbolos alusivos à emblemática espatária: a espada e a vieira em alvenaria pintada. Do lado esquerdo da construção ergue-se a torre sineira onde foi colocado um relógio. A igreja possui o interior de nave única, um batistério e um púlpito além do coro que se sobrepõe ao guarda – vento. Na capela-mor que está separada da nave por um arco de volta perfeita, podemos observar o revestimento azulejar polícromo seiscentista do tipo tapete, com motivos geométricos. No altar-mor de linhas modestas, em madeira pintada, destaca-se um nicho com uma maquineta em talha dourada onde se encontra a imagem de Nossa Senhora da Oliveira. Na parede da nave do lado direito recorta-se o arco de gosto renascentista que dá acesso à capela de Nossa Senhora do Rosário, edificada no século XVI com teto em abóbada pintada com motivos geométricos onde foi colocada, ao centro, a cruz da Ordem de Santiago. Construção de apurado sentido estético possui as paredes totalmente revestidas de azulejos enxaquetados em verde e branco entrecortados por conjuntos polícromos com motivos florais. O retábulo de gosto maneirista é composto por diversas pinturas de iconografia mariana: A Adoração dos Pastores, A Visitação da Virgem a Santa Isabel, Santiago Maior, A Adoração dos Magos e Nossa Senhora do Rosário que coroa todo o conjunto. No pavimento da capela podemos observar a sepultura do padre António Gonçalves que instituiu a mesma. Do seu recheio artístico salienta-se ainda o belíssimo frontal de altar quinhentista em azulejos polícromos, reproduzindo brocado lavrado de produção espanhola de Talavera.
Imóvel de Interesse Municipal – 06/03/1996
Rua de Santo António – 2985-003 Canha
Email: paroquiascpp@hotmail.com
Igreja de São Sebastião ou da Misericórdia
Rua do Castelo – Canha
Construção do século XVI, com posteriores remodelações. A igreja possui uma fachada de linhas modestas onde se destacam três portas, sendo a do meio, a principal, coroada por um frontão triangular sobre o qual se abre um pequeno óculo. O frontão da fachada é interrompido a meio, por uma cruz e ladeado por dois pináculos. O interior da igreja bastante sóbrio é desproporcionado pelo que não corresponde às dimensões exteriores do imóvel. De uma só nave, o teto em caixotões de madeira pintada ostenta ao centro as armas reais nacionais. A capela-mor volumetricamente concebida como um cubo é coberta por uma cúpula semi-esférica, repousando sobre trompas, onde se realça um curioso retábulo de talha dourada com colunas salomónicas que é rematado por uma pintura em tela figurando Santa Margarida de Cortona e São Martinho de Tours. A pintura do retábulo do altar-mor é alusiva ao Capitão Martim Fernandes e sua mulher Margarida Rodrigues que legaram todos os bens à Santa Casa da Misericórdia de Canha, e se encontram sepultados neste templo. O chão da capela, em sobrado é interrompido por três lápides sepulcrais seiscentistas.
Imóvel de Interesse Municipal – 06/03/1996.
Rua do Castelo – 2985-015 Canha
Tel.:(+351) 265 897 114 (Santa Casa da Misericórdia de Canha)
E-mail – scmc.canha@sapo.pt
Casa Piteira
Rua João Tomás Piteira, n.º 67 - Canha
Desenhada pelo arquiteto Hermínio Vaz Barros, esta casa situada no centro de Canha foi encomenda de João Piteira Tomás. Referência imponente na arquitetura local, os telhados de beiral, a varanda alpendrada, associados a elementos revivalistas, filiam a sua inspiração na “casa portuguesa” proposta pelo arquitecto Raul Lino (1879-1974).
Propriedade privada.
Monte do Montinho
Herdade do Montinho -Canha
Desenhada pelo arquiteto Hermínio Vaz Barros, esta casa, de grandes dimensões, integrada numa vasta propriedade rural, apresenta inspiração revivalista, particularmente nos torrões e nas suas coberturas cónicas, sugerindo uma arquitetura medieval.
Propriedade privada.
Monte do Escatelar
Entre os séculos I e IV-V d. C terá existido uma vila romana, pois abundantes restos de cerâmica e fragmentos de um mosaico romano, decorado com motivos geométricos, hoje colocado à entrada de uma das casas deste monte, foram aqui encontrados. Das descobertas arqueológicas, destaca-se uma moeda romana, do século I d.C, cunhada em Constantinopla, decorada com a efígie do imperador Adriano. No presente, a casa principal do Monte do Escatelar, com dois pisos, encontra-se envolvida pelo conjunto de dependências térreas de planta retangular construídas em taipa, caiadas de branco, com cintas a amarelo ocre.
Num dos topos do conjunto, ergue-se uma pequena ermida. Este Monte faz parte de um complexo agrícola que teve no lavrador coruchense, António Feliciano Branco Teixeira um dos principais dinamizadores.
Propriedade privada.
Mata do Duque
Estrada Nacional nº 10, em direcção ao Infantado
Foi propriedade, no início da 2ª metade de século XVI, de D. João de Lencastre, Duque de Aveiro, filho de D. Jorge, Mestre das Ordens de Santiago e Avis e Duque de Coimbra. Trata-se de uma enorme área rural que se estende pelas duas margens da ribeira de Canha. Nesta Mata existe uma capela mandada construir pela Duquesa de Cadaval em homenagem ao seu filho, falecido em 1936. No exterior, destaca-se um painel de azulejos azuis e brancos, no qual figura o condestável Nuno Álvares Pereira, da autoria de Maria de Portugal, discípula de Leopoldo Battistini.
Propriedade privada.