União das Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia
Presidente da Junta de Freguesia da União das Freguesias
Luís Miguel da Silva Morais
MoradaAv.ª 28 de Setembro n.º 56
2870 Atalaia MTJTelefone: 21 232 04 80https://www.jfaaej.pt/
E-mail: freg.atalaia.estanq.jardia@gmail.com Para mais informações consulte a página da Junta aqui
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Resenha Histórica
Resenha Histórica
De acordo com Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro que procedeu à reorganização administrativa territorial, as freguesias da Atalaia e do Alto Estanqueiro-Jardia foram agregadas, dando lugar à União das Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia.
Resenha histórica da Atalaia
Localizados a cerca de quatro quilómetros da sede do município e assente num monte sobranceiro ao estuário do Tejo, encontram-se a povoação e o Santuário de Atalaia.
A localidade beneficiando da proximidade da Estrada Real, que ligava Lisboa a Badajoz, via Aldeia Galega, desde sempre viu passar monarcas e outras personagens ilustres que pretendiam alcançar a fronteira e o sul do país.
Ao intenso movimento de passageiros não se pode deixar de acrescentar o provocado pela fé e religiosidade das populações locais e dos arredores que, já no início do século XVI, se deslocavam aquele local, em peregrinação. O Santuário da Senhora da Atalaia é objeto de um culto em que os romeiros e festeiros são determinantes para o mesmo e, somente em alguns momentos da chamada “Festa Grande”, a Igreja se faz notar pela autoridade exercida.
A este Santuário e ao apelo da religiosidade, não se mostraram indiferentes alguns dos nossos monarcas e respetivas famílias, sendo alguns deles, particularmente, devotos da Senhora, como foi D. João V. No entanto, a última personagem régia a passar pela Igreja da Atalaia foi a rainha D. Maria II, em 5 de outubro de 1843, acompanhada por D. Fernando e pelos filhos D. Pedro e D. Luís.
Curiosamente, esta data de 5 de outubro que tinha sido de júbilo, registou 67 anos depois um movimento revolucionário que abalou bastante a religiosidade dos habitantes deste local e de vários peregrinos, que a ele afluíam: falamos da República e do anticlericalismo que lhe estava arreigado.
Veja-se o cruzeiro de gosto Manuelino construído em 1551 com as suas imagens decapitadas, bem como o retábulo em talha do altar-mor da Igreja onde a coroa, que encima as armas reais se encontra partida. Atente-se também ao assalto realizado em 1912, após um comício efetuado em Aldeia Galega por Magalhães Lima, onde, a coberto da noite, alguns populares penetraram na Igreja e rasgaram os paramentos, mutilaram as imagens e, entre outros excessos, acabaram por transportar as mesmas para as portas de duas tabernas da Vila.
Contudo, não se pense que foi só a República a deixar traços nefastos na vida desta terra. As invasões francesas, no ano de 1808, originaram o saque da Igreja da Atalaia, pelos exércitos de Napoleão Bonaparte.
No entanto, os habitantes deste sítio e os peregrinos sempre souberam ultrapassar todas estas dificuldades, fazendo com que o espírito de religiosidade popular, que deu origem ao culto da Senhora da Atalaia, se mantivesse vivo, qual chama imorredoura, até aos nossos dias.
Resenha histórica do Alto Estanqueiro-Jardia
Nascida da junção de dois lugares, Alto Estanqueiro e Jardia, pouco ou nada se conhece da sua história mais antiga, apenas que pertenceram à jurisdição dos cavaleiros da Ordem de Santiago, sediados em Palmela e, no reinado de D. Afonso V (1438-1481), faziam parte da chamada “coutada velha”.
Quanto à origem dos topónimos Alto Estanqueiro e Jardia, apenas podemos adiantar algumas suposições: o termo “estanqueiro” estaria, certamente, relacionado com o comércio ou distribuição de algum produto em regime de monopólio (por exemplo, tabaco, pólvora, palha, etc.), sendo inúmeras as referências aos estanqueiros de tabaco para o antigo concelho de Aldeia Galega; o topónimo Jardia pode associar-se à flora, referida em documentos antigos, denominada de járdia (isto é, charneca de rosmaninho, alecrim, jóina, etc.).
Jardia já existia no ano de 1866, sendo referenciada, juntamente com Brejos de Lobo, como um dos lugares da Freguesia do Divino Espírito Santo do Montijo, numa lista de recenseamento de cabos de polícia enviada pelo Governo Civil de Setúbal para o Administrador do Concelho de Aldeia Galega (Arquivo Municipal do Montijo – Administração do Concelho, Correspondência Recebida, ano de 1866).
Até meados do século passado, o território desta localidade era constituído, unicamente, por fazendas e terrenos agrícolas, abastecendo o concelho do Montijo com toda a espécie de produtos hortícolas.
O seu progressivo desenvolvimento urbano iniciou-se na segunda metade do século XX, aproveitando a proximidade com importantes eixos rodo e ferroviários de comunicação, como eram os casos da linha de caminho-de-ferro entre Montijo e Pinhal Novo (inaugurado em 1908) e as estradas nacionais que ligam a sede do concelho com o Barreiro, Setúbal e Águas de Moura.
Datam deste período algumas das obras mais importantes, ao nível das suas infraestruturas: construção e pavimentação da antiga estrada de terra batida de ligação entre a Atalaia e o Alto Estanqueiro (decidida em reunião do executivo camarário de 25 de fevereiro de 1954); os primeiros projetos de urbanização dos bairros do Alto Estanqueiro e da Boa Esperança datam de 1961 (ver atas da Câmara Municipal de 21 de julho e 21 de setembro de 1961); a eletrificação da Jardia e do Alto Estanqueiro (reunião do executivo da Câmara Municipal de 1 de setembro de 1967); a construção das escolas do ensino primário do Alto Estanqueiro, em 1955, depois remodelada em 1966, e da Jardia, em 1963.
A Lei n.º 82/85, de 4 de outubro (Diário da República, I Série, n.º 229, de 4 de outubro de 1985), criou a Freguesia de Alto Estanqueiro-Jardia, tendo sido aprovada na sessão plenária da Assembleia da República de 9 de julho de 1985, após parecer favorável da Câmara Municipal de Montijo de 1 de agosto de 1984.
Com a Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro, a freguesia do Alto Estanqueiro-Jardia foi agregada à freguesia da Atalaia.
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Descrição Heráldica
Descrição Heráldica
Até a realização de novo ordenamento heráldico apresentam-se os brasões das antigas freguesias.
Atalaia:
Brasão: escudo de prata, cruzeiro de púrpura assente num Montijo de negro, movente da ponta e entre uma flor-de-lis de azul, à dextra, e uma espiga de milho de ouro, folhada de verde, à sinistra. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “Atalaia – Montijo”.
Bandeira: de azul. Cordão e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro.
Selo: nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Atalaia – Montijo”.Alto Estanqueiro-Jardia:
Brasão: escudo de prata, uma cruz da Ordem de Santiago, de vermelho, uma roda dentada de azul, uma espiga de milho de ouro, folhada de verde e um pinheiro arrancado de verde, frutado de ouro, as quatro figuras dispostas em cruz. Coroa mural de três torres de prata. Listel branco, com a legenda a negro: “Alto Estanqueiro–Jardia”.
Bandeira: de vermelho. Cordão e borlas de prata e vermelho. Haste e lança de ouro.
Selo: nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Alto Estanqueiro – Jardia – Montijo”.