Comemorações do 83.º aniversário do nascimento de Jorge Peixinho
No dia 20 de janeiro, no âmbito do programa das comemorações do 83.º aniversário do nascimento do Maestro Jorge Peixinho, a Câmara Municipal do Montijo procedeu à inauguração de um Mural de Arte Urbana intitulado “Os Sons da Natureza”, da autoria do artista Asur, no Jardim das Nascentes e à assinatura de dois protocolos, um com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e outro com a Companhia Mascarenhas-Martins Associação Cultural, no auditório da futura Casa da Música.
O Mural visível, na fachada envolvente ao Jardim das Nascentes e à futura Casa da Música Jorge Peixinho, foi considerado pelo presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, como “um trabalho extraordinário e expressivo de Asur. Uma homenagem à música e ao grande compositor Jorge Peixinho - um ser maior da cultura e da história da música contemporânea em Portugal e no mundo”.
As comemorações tiveram continuidade, dentro das futuras instalações da Casa da Música, onde foi assinado pelo presidente da autarquia e Levi Martins, diretor da Companhia Mascarenhas-Martins um protocolo que visa a criação de um programa de desenvolvimento cultural do auditório Casa da Música Jorge Peixinho por parte da associação.
Levi Martins afirmou que foi com “grande sentido de responsabilidade” que assinou o protocolo de colaboração com a autarquia “É uma tarefa que nos comprometemos a fazer colocando ao dispor toda a nossa energia, experiência e formação. Esta é uma missão maior que nós, que se destina a toda a população e que envolve várias esferas de investimento público: o Ministério da Cultura, através da Direção Geral das Artes, Câmara Municipal do Montijo e juntas de freguesia”, declarou o diretor da companhia.
Num segundo momento foi assinado, entre o presidente da câmara e o presidente da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Fernando António Baptista Pereira, um protocolo com vista ao tratamento museológico do espólio municipal do Maestro Jorge Peixinho.
“Não há melhor forma de celebrar o compositor que este espaço” referiu Fernando Pereira enaltecendo o trabalho desenvolvido pelo Maestro, dentro e fora de fronteiras, sublinhando que “uma Casa da Música Jorge Peixinho tem que ser um convite a apreciarmos essa música e ao que ela trouxe efetivamente à história da música portuguesa e internacional”.
Referindo-se à futura Casa da Música e aos protocolos assinados, o autarca, afirmou: “Associamos aqui os três patrimónios: natural com o Jardim das Nascentes, cultural/material, com o espólio de Jorge Peixinho e, com a Companhia Mascarenhas Martins, o património cultural/imaterial" afirmou Nuno Canta.
“Quero manifestar aqui a esperança que tenho nestes acordos, não apenas pela promoção cultural, mas igualmente porque eles contribuem para os equilíbrios sociais da comunidade. A democratização da cultura, de qualquer conhecimento e arte é também fator de coesão social, de formação das pessoas” asseverou Nuno Canta.
O final da cerimónia contou com um apontamento musical do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (GMCL), fundado em 1970 por Jorge Peixinho, que foi o primeiro grupo português de música contemporânea, desempenhando um papel histórico de vanguarda na abertura da sociedade portuguesa à estética musical do seu tempo.
O Maestro Jorge Peixinho (1940-1995) nasceu no Montijo e foi um dos mais importantes compositores portugueses do século XX, tendo um papel fundamental na atualização do panorama musical do país entre 1961 e meados da década de 1980, não apenas através da sua atividade criativa, mas também enquanto incansável divulgador, ensaísta e intérprete.