Joaquim Furtado, Adelino Gomes, João Paulo Guerra e Luís Filipe Costa recordam 25 de Abril
O Projeto de Intervenção Cultura e Artes – PICA reuniu os jornalistas Joaquim Furtado, Adelino Gomes, João Paulo Guerra e Luís Filipe Costa, no Montijo, no passado dia 7 de abril. A Sala Azul do Museu Municipal Casa Mora recebeu os quatro jornalistas e as suas histórias do dia 25 de Abril de 1974.
“Estamos a fazer isto para que mais ninguém tenha que sair do país por dizer ou escrever o que pensa”. A frase é de Salgueiro Maia e foi recordada pelo próprio Adelino Gomes que teve o privilégio de perguntar ao Capitão de Abril de “que lado é que ele estava?”.
Pela primeira vez juntos, os quatro jornalistas recordaram histórias de quem viveu, na primeira pessoa, a Revolução dos Cravos: da instalação do Posto de Comando no Rádio Clube Português, onde Joaquim Furtado leu o primeiro comunicado do Movimento das Forças Armadas (MFA), às emoções vividas nas ruas de Lisboa e contadas por Adelino Gomes, que acompanhou a revolução junto de Salgueiro Maia e dos restantes militares de Abril.
“O 25 de Abril foi uma revolução feita, também, através da rádio”, afirmou João Paulo Guerra, com Joaquim Furtado a acrescentar os motivos pelos quais, na sua opinião, o Rádio Clube Português (RCP) foi escolhido como um dos Postos de Comando do MFA: “o RCP tinha gerador o que impossibilitava a interrupção da emissão em caso de corte de energia; as nossas emissões alcançavam mais público que qualquer outra rádio; e a localização dos estúdios permitia fazer um cordão de segurança militar à volta do nosso edifício”.
Uma tarde de histórias e memórias de quatro nomes maiores do jornalismo português, que contribuíram para a afirmação da liberdade de expressão em Portugal.
O Projeto de Intervenção Cultura e Artes, em parceria com o Ateneu Popular de Montijo, tem como objetivo a dinamização de projetos e eventos culturais no âmbito da literatura, das artes e do debate de ideias, numa linha de ação continuada e consequente.