Luis Miguel Cintra apresenta Um D. João Português
O primeiro trabalho de Luis Miguel Cintra depois do encerramento do Teatro da Cornucópia será apresentado no dia 1 de abril, no Polo da Junta do Afonsoeiro, no Montijo. O espetáculo Um D. João Português, a partir da tradução portuguesa divulgada no teatro de cordel setecentista de D. João, obra-prima de Moliére, será construído ao longo de 2017 em quatro cidades, reunindo um conjunto de atores ligados ao percurso da Cornucópia, e tendo como objetivo partilhar o processo de trabalho com grupos de espetadores locais. Neste primeiro encontro será lido o primeiro bloco de trabalho, intitulado Na estrada (da vida).
Depois de um percurso de 43 anos à frente do Teatro da Cornucópia, Luis Miguel Cintra regressa ao trabalho com um grupo de actores ligados à companhia que entretanto terminou. Ao longo de 2017, o grupo visitará quatro cidades e, em cada uma delas, partilhará com os espectadores as diferentes fases de preparação de um espectáculo. No final, o objectivo consiste em regressar a cada um dos locais para apresentar a sequência total, o que se prevê que aconteça a partir de Janeiro de 2018.
Faz parte também do projeto ser partilhado por entidades de importância e natureza muito diferentes. Montijo será a primeira cidade visitada, com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, estando em negociações qual será o segundo local; o terceiro bloco será apresentado em Viseu, no Teatro Viriato (um teatro com larga prática de projectos de criação que aceitou tornar-se coprodutor de Um D. João Português) e o quarto prevê-se que seja em Guimarães.
Um D. João Português parte de uma tradução portuguesa anónima da peça de Molière, que se vendeu nas ruas como literatura de cordel. Na versão trabalhada por Luis Miguel Cintra, D. João e Esganarelo surgem como marginais da sociedade, sempre em fuga, quase como num road movie. “Tudo neste espetáculo a que chamei Um D. João Português é imperfeito, ou melhor, inacabado, bastardo, hesitante, incerto”, afirma o encenador. Como a vida? Eis a pergunta que assoma inevitavelmente, quando o objetivo é, durante um ano, colocar este grupo em permanente viagem e trabalho, numa busca que Luis Miguel Cintra deseja partilhar com o público:
“Queremos que os espectadores sejam cúmplices deste jogo, desta mistura
que é igual a como funcionam as nossas cabeças nos seus melhores
momentos. Para nós o Teatro é como um campo de treinos do desporto
favorito dos seres humanos, aquele que o distingue dos animais: pensar.
E aceitar ou não, ser moral e ser feliz.”
Na estrada (da vida)
Primeiro encontro: leitura
Sábado, 1 de Abril de 2017 // 21h00
Polo da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, no Afonsoeiro.
Entrada gratuita (lotação limitada)
Um D. João Português
A partir da Comédia nova intitulada
o convidado de pedra ou
D. João Tonorio, o dissoluto
de Molière (tradução portuguesa de 1785)
Um espetáculo de
André Pardal, Bernardo Souto, Dinis Gomes, Duarte Guimarães,
Guilherme Gomes, Joana Manaças, João Reixa, José Manuel Mendes
Leonardo Garibaldi, Luís Lima Barreto, Luis Miguel Cintra, Nídia Roque,
Rita Cabaço, Rita Durão, Sílvio Vieira, Sofia Marques e da Companhia
Mascarenhas-Martins
Dramaturgia e encenação
Luis Miguel Cintra
Direção de produção e assistência de encenação
Levi Martins
Assistência de produção
Maria Mascarenhas
Ilustração e design gráfico
André Reis
Uma coprodução
Companhia Mascarenhas-Martins
Teatro Viriato
(mais entidades ainda por definir)
Apoios [Na estrada (da vida)]
Câmara Municipal de Montijo
Junta de Freguesia da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro
Universidade de Lisboa