Montijo apresenta arte urbana de Bordalo II
A arte urbana volta a estar em destaque no Montijo, com a inauguração de uma obra da Série Big Trash Animal de Bordalo II, no dia 12 de agosto (sábado), às 18h30, na Avenida dos Pescadores n.º 62 (empena nascente). O evento tem lugar no âmbito das comemorações do Dia da Cidade do Montijo (14 de agosto).
Bordalo II, um dos mais conceituados artistas portugueses de arte urbana, deixa num Montijo mais uma peça da Série Big Trash Animal, onde revela um olhar diferente sobre os hábitos consumistas e os problemas ambientais associados, através da criação de animais escultóricos gigantes, construídos com lixo.
Mas que animais são estes? Contrariando uma lógica cada vez mais globalizante, onde tudo é igual em todo o lado, muitas vezes os animais de Bordalo II são espécies locais, muitas delas em perigo. É fácil e quase imediato relacionarmo-nos com estes animais, basta olhar ou ser olhado por eles.
Esta é a segunda obra de intervenção urbana implementada no centro da cidade do Montijo. A primeira foi realizada o ano passado, na Praça Gomes Freire de Andrade, e trata-se de um mural dedicado ao tema Montijo Capital da Flor, da autoria do conceituado street artist português José Carvalho “Oze Arv”.
Sobre o artista:
Artur Silva, aka Bordalo II, nasceu em Lisboa em 1987. Iniciou a sua prática artística na adolescência através do graffiti, utilizando o espaço público como plataforma para as suas intervenções. A dedicação que com que se empenhou nesta "escola" ensinou-o a trabalhar em grande escala, a misturar formas cores e a fundir o planeamento detalhado de uma acção com a espontaneidade momentânea.
A sua juventude desenrolou-se, entre muitas horas passadas na companhia do avô, o pintor Real Bordalo, que o contagiou com a sua incessante paixão pelas aguarelas, e as aventuras e explorações em torno do graffiti ilegal no submundo da cidade de Lisboa. O nome artístico escolhido por Bordalo II é uma homenagem ao avô, uma continuação e reinvenção do seu legado artístico.
Gradualmente foi transformando os seus hábitos e canalizando as suas vivências na construção e desenvolvimento do seu trabalho artístico, que se foca actualmente no questionamento crítico de uma sociedade materialista e gananciosa, da qual também faz parte. O consumismo exagerado, a produção excessiva de ‘coisas’, sejam elas material tecnológico ou simples produção de ‘lixo’ e de objectos rapidamente desaproveitados, são os temas centrais da sua produção artística. São essas mesmas «coisas» que usa na construção das peças que tem erigido globalmente sob o mote: «O lixo de um homem é o tesouro do outro.»