Pandemia centra atenções na sessão comemorativa do 25 Abril
Foi ao som de “Grândola, Vila Morena”, cantada na varanda dos Paços do Município do Montijo pelo fadista montijense Tiago Correia, que abriu a Sessão Comemorativa do 46.º Aniversário do 25 de Abril. As medidas de distanciamento social face à covid-19 impediram a sua realização no Salão Nobre, pelo que a Câmara Municipal do Montijo optou pela transmissão online através do Facebook do Município.
A convite da câmara, a presidente da Assembleia Municipal e os representantes dos partidos políticos com assento neste órgão gravaram mensagens evocativas do 25 de Abril, onde as notas dominantes foram o combate à covid-19 e o imperativo, hoje mais que nunca, de defender a liberdade e a democracia.
O presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta, também fez a sua intervenção, da qual se destacou a mensagem de esperança e confiança necessárias para combater o medo provocado pela pandemia: “não vivemos tempos fáceis, mas não devemos cair em pessimismos antidemocráticos ou em populismos antieuropeus. Sem ficarmos reféns do vírus, temos de ser capazes de voltar a crescer, a investir, a viver com esperança e a dar futuro a todos nós. Para isso é obrigatório continuar a atrair investimento privado para o Montijo, seja através da agroindústria, da reabilitação urbana ou do novo aeroporto”.
Nuno Canta relembrou as transformações e a evolução do país após o 25 de Abril, aludindo ao Serviço Nacional de Saúde, à Escola Pública, ao poder local democrático e ao papel das mulheres na sociedade.“Temos de continuar a afirmar os princípios que sustentam a nossa democracia: responsabilidade política; tolerância; solidariedade e coesão social, que em tempos de crise precisam de ser reforçadas; desenvolvimento e investimento para termos horizonte de esperança e futuro”, disse.
A intervenção da presidente da Assembleia Municipal, também teve como pano de fundo a democracia, a liberdade e a pandemia do novo coronavírus. Catarina Marcelino falou do Serviço Nacional de Saúde “que cuida de todos”, do sistema de Segurança Social “que protege todos” e do poder autárquico democrático “que é hoje ainda mais importante”, relembrando o papel da câmara municipal e das juntas de freguesia do concelho “que estão ao lado da população nesta luta” contra a covid-19.
“É a liberdade que nos permite combater esta pandemia porque somos livres de ter a informação necessária para esse combate, para que possamos ficar em distanciamento e nos protegermos a nós e aos outros. Hoje celebramos o legado dos homens e mulheres que combateram a ditadura e que nos dão a responsabilidade de, em tempos que não vão ser fáceis, defender intransigentemente a democracia”, concluiu.
Para além de Nuno Canta e Catarina Marcelino, a sessão comemorativa contou com as intervenções de Carlos Ferreira (CDS-PP), Ricardo Caçoila (BE), Pedro Vieira (PSD), Carlos Jorge Almeida (CDU) e Emanuel Martins (PS).
No final, novamente na varanda dos Paços do Concelho, o fadista montijense Tiago Correia entoou o Hino Nacional.
A pandemia de covid-19 transformou as plataformas digitais no palco das comemorações da Revolução dos Cravos, com a cultura a ser uma das protagonistas principais: no dia 24 de abril, no Facebook do Cinema-Teatro Joaquim d’ Almeida (CTJA) emitimos a 2.ª parte do espetáculo “As canções da minha vida”, de Fernando Tordo com a Banda da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro; no dia 25 de abril, no Facebook do Município apresentámos a estreia online do concerto “Emoções de Abril - do longe se faz perto” da Escola de Artes Sinfonias e Eventos; e no dia 26 de abril, novamente no Facebook do CTJA, recordámos o espetáculo “Liberdade, Minha” da autoria de Fábio Simões e produzido pela United Visionary Arts.
Mesmo de outra forma, mesmo à distância relembrámos todos aqueles que lutaram pela democracia em Portugal e comemorámos a liberdade e os valores de Abril.