Pintura de Fernando Direito na Galeria Municipal
Uma viagem pictórica e sensorial pela obra deste conceituado artista português, Fernando Direito é o que se propõe a quem visitar a Galeria Municipal até ao próximo dia 25 de Fevereiro.
Fernando Direito nasceu em Vila Nova de Foz Côa, em 1944, iniciou a sua carreira em Moçambique nos anos sessenta. Vive e trabalha em Lisboa. Paralelamente à pintura desenvolveu diversas atividades na área das artes gráficas.
Os seus mais recentes trabalhos aprofundam uma reflexão sobre uma nova expressividade pictórica, entre o fauvismo primitivo e uma ideia matissiana da cor enquanto derradeira fonte de estímulos sensoriais.
Com diversas exposições individuais e coletivas, participou em várias Feiras de Arte Contemporânea a nível nacional e internacional. Está representado em várias coleções públicas e privadas como as do BCP e da Caixa Geral de Depósitos, destacando-se igualmente a Coleção Frederik R. Weisman, de Los Angeles, uma das maiores coleções de arte dos Estados Unidos da América.
A inauguração no dia 17 de Janeiro contou com a presença do artista e de Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo.
O presidente elogiou Fernando Direito, considerando-o um “artista plástico reconhecido, autor de uma obra inovadora, cheia de energia e vitalidade”.
Nuno Canta realçou a importância de acolher esta exposição afirmando que “hoje, somos uma cidade aberta que quer participar nos grandes debates culturais do nosso tempo, a arte contemporânea é um lugar de cruzamento de alguns desses debates, filha de uma tradição de irreverencia, como todos sabemos. A arte na sua diversidade representa um olhar crítico e criativo sobre a nossa sociedade e sobre o tempo em que vivemos”.
A exposição de Fernando Direito pode ser visitada na Galeria Municipal do Montijo de segunda a sexta-feira das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. A entrada é livre.
“Talvez sejam sempre as pessoas que constroem os ícones com o olhar. Talvez não existissem formas se não houvessem pessoas para distingui-las e para lhes encontrarem significados que as justificassem. Talvez. É também assim com as cores. Qualquer quadro visto com os olhos fechados tem apenas uma cor. (…) Talvez o mundo mais real seja aquele que existe sem formas, como um ruído uniforme na forma única da sua própria ausência, como um silêncio permanente e absoluto onde as palavras são indistintas e todos os significados existem ao mesmo tempo”.
[a propósito da pintura de Fernando Direito] José Luís Peixoto