Moinho de Vento
O Moinho de Vento do esteval, datado de 1826, conforme atesta a inscrição da placa pregada a uma das traves do souto, é um exemplo emblemático dos moinhos denominados do Sul de Portugal, com torre fixa em alvenaria de pedra e capelo rotativo por meio de sarilho interior.
É um testemunho vivo dos processos de farinação outrora usados.
No exterior do edifício, no topo da porta, ostenta um painel de azulejos da invocação de N.ª Sr.ª da Atalaia, símbolo de uma devoção muito generalizada na região. A mesma religiosidade, num apelo à protecção divina, é visível na cruz inscrita em um dos suportes do urreiro.
A reconstrução do moinho foi promovida pela Autarquia segundo a orientação da Secção Portuguesa Internacional de Molinologia. A estrutura arquitectónica não sofreu alterações significativas, no entanto o sistema de captação de vento e o aparelho de moagem foram substituídos. O moinho mantém o sistema de moagem tradicional em funcionamento. Abriu em 2000.
O funcionamento do Moinho
Tipologia: Moinho do Sul de Portugal, com torre fixa e capelo rotativo.
À semelhança dos exemplares da mesma tipologia, o Moinho do esteval é constituído por 3 partes:
1. Torre
2. O sistema de captação de vento ou mecanismo motor externo
3. O aparelho de moagem ou engenho
1. A Torre
Trata-se de uma torre fixa em alvenaria de pedra, de forma cilíndrica, com grossas paredes que estreitam ligeiramente para cima. É constituída por um piso térreo, o rés-do-chão ou inferno, forrado a lages de pedra; um piso intermédio, o soto, no qual se situa o urreiro do engenho de cima; um último piso, o sobrado, no qual se encontra o engenho de cima. A circulação faz-se através de escadas em pedra, de um só lanço, que se desenvolvem a partir do lado esquerdo da porta de entrada, orientada para Sueste, na posição oposta à direcção dos ventos predominantes.
2. O sistema de captação de vento ou mecanismo motor externo
É constituído pelo capelo, designação da cobertura do moinho, de forma cónica, formado por uma estrutura radial em madeira forrada a chapa zincada e pintada de negro. Os barrotes desta estrutura assentam no frechal (fechal, termo mais vulgarizado) de madeira, cujas rodas giram no frechal de pedra. No topo do capelo existe um cata-vento montado sobre um eixo vertical que se prolonga para o interior do moinho, fazendo rodar um ponteiro que indica ao moleiro a direcção do vento. A rotação do capelo, necessária para apontar as velas à feição do vento, é assegurada pelo sarilho.
O mastro é o elemento mais importante do mecanismo motor externo; trata-se de um eixo de madeira que atravessa o capelo na diagonal, sustentando, na extremidade, as varas, em forma de cruz, quatro das velas, que captam a força do vento, e quatro das escotas, que as esticam.
3. O aparelho de moagem ou engenho
Movimentando-se solidariamente com o mastro, a entrosga, roda composta por 32 dentes, engrena nos fuselos do carreto, fazendo mover a mó através da segurelha. O cereal, depois de preparado, cai no tegão (alimentador sustentado pelo corvo) e desliza – pela quelha – para debaixo da mó, cuja altura é regulada de acordo com o grão a farinar. A pressão da pedra superior sobre a inferior é controlada pelo urreiro que move verticalmente o apoio inferior do veio, através do fuso.
Esmagada pela pressão da mó andadeira sobre o poiso, o cereal moído é expelido – por força centrifuga - pela parte aberta dos cambeiros, tendo à frente, para que não se espalhe nem se suje, o panal.
Urbanização da Quinta do Moinho Velho
Rua do Moinho - 2870-406 Montijo
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Tel.: (+351) 212 327 867
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