Dia da (Des)Igualdade Salarial
A Câmara Municipal do Montijo assinala, hoje, o Dia da (Des)Igualdade Salarial relembrando que em Portugal, em média, as mulheres continuam a ganhar menos do que os homens.
A igualdade é um dos valores fundamentais da UE e a remuneração constitui a base da independência e da liberdade de todas as pessoas. Para compreender melhor esta questão, a diferença salarial das mulheres em relação aos homens portugueses é tal que é como se a partir de hoje, 13 de novembro até final do ano as mulheres trabalhassem de graça.
Este dia não é fixo, pois a sua formula de cálculo, que nem sempre é consensual, variando de país para país, reporta-se a um conjunto de indicadores , tais como: valores referentes aos ganhos (soma da remuneração de base com os prémios, subsídios regulares, horas suplementares e extraordinárias, e ainda idade, a antiguidade na empresa e habilitações literárias, ao emprego que ocupam (regime de duração de trabalho, tipo de contrato, profissão e nível de qualificação) e à entidade empregadora (ramo de atividade, dimensão e região). Todos estes indicadores ponderados revelam uma assimetria para Portugal ainda talvez maior que os X (52) dias, que podem variar todos os anos.
Porque persiste esta assimetria Salarial?
Porque em média, as mulheres fazem mais horas de trabalho não remunerado, como cuidar dos filhos ou executar tarefas domésticas. Traduzindo em dinheiro: as mulheres trabalham mais horas por semana do que os homens em trabalho gratuito do que em trabalho remunerado.
As mulheres assumem contratos a tempo parcial, bem como estão mais representadas em formas precárias de contratos de trabalho e têm maior probabilidade de fazer pausas nas carreiras, e também algumas das suas escolhas profissionais são influenciadas pelas responsabilidades da vida familiar. Abrangidas pela segregação setorial, pois cerca de 30% do total do fosso salarial entre homens e mulheres pode ser explicado pela sobre-representação do sexo feminino em setores com baixos salários, como é o caso dos cuidados médicos, o atendimento ao público ou a educação. Ainda há muitos empregos em áreas, como a ciência, a tecnologia ou a engenharia, nas quais a proporção de trabalhadores do sexo masculino é muito elevada (mais de 80%). No que respeita à segregação vertical, há menos mulheres em posições executivas: menos de 10% detêm o cargo de CEO numa empresa de topo. Se olharmos para o fosso salarial nas diferentes ocupações, as mulheres que trabalham como gerentes são as que sofrem mais desvantagens: ganham 23% menos, por hora, do que os gerentes do sexo masculino.
As mulheres continuam igualmente a experienciar discriminação no local de trabalho, como é o caso de receberem uma remuneração menor do que a de colegas masculinos com as mesmas qualificações, sob as mesmas condições de trabalho e nas mesmas categorias profissionais; ou até da possibilidade de serem dispensadas depois de regressarem de uma licença de maternidade.