Mulheres, Saúde e Igualdade em debate no Montijo
No âmbito das comemorações do Dia Internacional das Mulheres, no dia 8 de março, teve lugar, na sala da Assembleia Municipal, a conferência Mulheres, Saúde e Igualdade - Direitos Conquistados Direitos Ameaçados realizada no âmbito do Plano de Ação para a Igualdade, Género Cidadania e Não-discriminação – PALPIC.
A conferência foi moderada por Catarina Marcelino, presidente da Assembleia Municipal de Montijo e contou, na abertura dos trabalhos, com a intervenção do presidente da Câmara Municipal do Montijo, Nuno Canta.
“Neste Dia Internacional das Mulheres queremos homenagear as mulheres, a sua coragem, a sua resistência, o seu trabalho, apelando para continuarmos a lutarmos todos pelos direitos e pela igualdade entre homens e mulheres”, disse o presidente.
O autarca assegurou que “é necessário continuar a avançar com políticas públicas inovadoras e de coragem para ultrapassar os preconceitos, os estereótipos e a violência, numa luta pela igualdade de género que é de todos”.
“Direitos sexuais, reprodutivos e sua promoção como um direito de cidadania” foi o primeiro painel apresentado por Rita Tavares Fonseca, diretora executiva da Associação para o Planeamento da Família (APF). A oradora defendeu as escolhas informadas e voluntárias, em matérias de saúde sexual e reprodutiva, para um exercício pleno de cidadania.
Paula Pinto, também da APF, falou sobre a interrupção voluntária da gravidez e dos impactos, na saúde das mulheres. A conferencista abordou temas como a diminuição do número de interrupções, a importância da promoção da saúde e bem-estar da mulher, bem como a prestação de cuidados de saúde, no âmbito da IVG, que têm contribuído para uma melhoria significativa da vida das mulheres.
A “Violência obstétrica um direito a conquistar” foi o tema que se seguiu, exibido pela oradora Sara Vale da Associação Portuguesa dos Direitos da Mulher na Gravidez e no Parto. Neste painel, a oradora identificou as razões por que Portugal continua na cauda da europa no que toca às escolhas das pessoas grávidas durante a sua vida reprodutiva.
A moderadora, Catarina Marcelino preveniu a plateia, e dirigindo-se, principalmente, ao público mais jovem que estava presente que: “Os direitos não estão definitivamente assegurados. Nós conquistamos direitos que demoram muito tempo a conquistar, mas o retrocesso pode ser muito rápido e a reconstrução dos mesmos muito difícil”.